Era uma vez um homem chamado André, que vivia em busca de uma felicidade que ele acreditava estar escondida em coisas. Para ele, a felicidade tinha a forma de um carro de luxo, o brilho de um relógio caro ou a sensação de ter a tecnologia mais recente. Ele trabalhava incansavelmente, economizava cada centavo, e quando finalmente conquistava algo que desejava, a euforia durava pouco.
Uma nova televisão? Ótimo, mas logo ele já estava de olho no próximo modelo. Um videogame de última geração? Incrível por algumas semanas, mas logo a empolgação se esvaía. André se sentia vazio, mesmo com a casa cheia de bens materiais. Ele passava os dias mergulhado em um ciclo de consumo e insatisfação, sempre olhando para frente, para a próxima aquisição, sem perceber que o que realmente precisava estava bem ali, ao seu lado.
Andressa era uma vizinha de André, uma mulher de sorriso fácil e olhar sereno. Ela não usava maquiagem, não se vestia com roupas de grife, e não demonstrava nenhum interesse por coisas materiais. Ela era uma pessoa simples, com uma alma rica. Todos os dias, ela passava pela rua de André, indo para o trabalho, e ele mal a notava. Ocupado demais olhando para o chão, para o celular ou para a próxima loja, ele nunca se permitia olhar para cima e ver a beleza daquela mulher.
Um dia, no entanto, Andressa se aproximou dele. "Bom dia, André," ela disse, com a voz suave. André, surpreso, respondeu com um "bom dia" apressado e se afastou. Andressa não desistiu. No dia seguinte, ela se aproximou novamente. "Você parece preocupado," ela disse. "Está tudo bem?" André, mais uma vez, a ignorou.
Andressa, contudo, era persistente. Ela sabia que a felicidade de André não estava em coisas, e ela estava disposta a mostrá-lo. Ela começou a deixar pequenos bilhetes na porta dele, com mensagens simples, mas significativas. "A felicidade está nas pequenas coisas," dizia um deles. "Olhe para as estrelas," dizia outro.
André, intrigado, começou a ler os bilhetes. Ele não entendia o que Andressa queria dizer, mas as palavras a tocavam de um jeito que nenhum bem material jamais havia tocado. Um dia, ele se atreveu a esperar por Andressa na rua. Ele a viu se aproximar, com aquele sorriso tranquilo de sempre. "Olá," ele disse, pela primeira vez, sem pressa.
Andressa sorriu, e os dois começaram a conversar. André descobriu que Andressa era uma mulher que amava a natureza, a arte e a vida. Ela lhe contou histórias sobre como a felicidade era encontrada em coisas simples, como o canto dos pássaros, o calor do sol ou o abraço de um amigo. André, pela primeira vez, sentiu uma paz que nunca havia sentido antes.
Com o tempo, a conversa se transformou em amizade, e a amizade em amor. André percebeu que Andressa era a sua felicidade. Não era um carro, não era um relógio, não era uma casa luxuosa. A felicidade tinha o rosto de Andressa, o som da sua voz, e a sensação do seu abraço. Ele havia passado a vida inteira procurando por algo que estava bem ali, ao seu lado, esperando que ele abrisse os olhos e visse. E quando ele finalmente viu, ele se sentiu completo.
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